Browsing by Author "Gomes, Ana Margarida Rodrigues"
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- A percepção da morte pelo idoso em contexto institucional de lar residencialPublication . Gomes, Ana Margarida Rodrigues; Martins, Ernesto CandeiasNum contexto institucional a morte está presente quase que diariamente, o que torna difícil a ocultação e a manutenção da vida a ser vivida. Esta proximidade levanta questões quanto à vida que resta e à percepção que se tem desta Porém ambos os aspectos ‘finalidade da vida’ e percepção da ‘morte’ neste ambiente são particularmente delicados Estes aspectos levaram-nos ao cerne do estudo Qual a percepção que têm os idosos institucionalizados (n=35) em dois lares residenciais na cidade de Castelo Branco quanto à ‘morte’ e à ‘morte do outro’ e simultaneamente as implicações dessa percepção na sua vida quotidiana institucionalizada?’ Este estudo teve como objectivo analisar a percepção entre a morte e a morte do outro num ambiente institucional. Neste âmbito, optámos por um estudo de caso (descritivo, exploratório), de metodologia qualitativa, numa amostra de idosos institucionalizados (n1=35) e de técnicos/responsáveis desses lares residenciais (n2=4). Foi recolhida uma amostra de 35 idosos, sendo a maioria do sexo feminino (57,1%), viúvos (80%), idades entre 81 e 90 anos (68,6%), religião católica (97,1%), baixas habilitações literárias (88,5%) e tempo médio de institucionalização de 3,7 anos. Os resultados revelaram que a ‘morte’ para estes idosos é vista como o abandono de quem ama e como o desconhecido, além de ser um momento de sofrimento, agonia e isolamento. As mulheres apresentam maior demonstração de sofrimento e os homens indiferença e afastamento. A idade avançada evidencia que acreditam que exista vida para além da morte, embora a religião não apresente grande representatividade na minimização do sofrimento. Constatámos que a percepção da ‘morte’ é vista como um último teste à vida, de tal forma que a ‘morte do outro’ influi na sua percepção de morte e finitude, o que desencadeia sentimentos negativos, estados de ansiedade e sinais depressivos. Os resultados obtidos não nos permitem generalizar, mas permitiram verificar em que medida as perspectivas da ‘morte’ e da ‘morte do outro’ estão relacionadas com o sentido de vida do idoso, o ambiente institucional e as suas percepções. Sabemos que existem muitas mais realidades vivenciais, mas a evidência do medo, da dor, do sofrimento e isolamento, que estão presentes nestes idosos após a perda do outro, prioriza o cuidado, que deve ser um processo contínuo, porque espelhamo-nos na morte do outro.