Browsing by Author "Silva, Carlos Manuel Neves"
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- Restauração ecológica do ilhéu de Vila Franca do Campo, Açores: a recuperação do habitat para as aves marinhasPublication . Silva, Carlos Manuel Neves; Costa, Luís Toste Rego Vasconcelos; Nunes, Luísa Fernanda Ribeiro Gomes FerreiraA introdução de espécies invasoras em ambientes insulares é uma das principais ameaças à nidificação das aves marinhas. Numa tentativa de perceber a dimensão do problema, foram mapeadas, por fotointerpretação, 10 manchas de vegetação invasora com recurso a sistemas de informação geográfica. Cerca de 28% do ilhéu de Vila Franca do Campo, Arquipélago dos Açores, está coberto por canas. A cana Arundo donax L. bloqueia a entrada dos ninhos do cagarro Calonectris diomedea borealis Cory. e compete e ameaça as espécies e habitats prioritários do ilhéu. A cana é espécie com maior área e densidade do ilhéu, com cerca de 27 canas/m². Para iniciar o processo de restauração do coberto vegetal, foram testadas 3 metodologias de controlo de cana em 90 parcelas de um metro quadrado. O teste de controlo de canas ocorreu de março de 2009 a março de 2010. O modelo de apoio à decisão (Simple Additive Weighting Model) determinou o melhor método em função do custo-benefício. O método mais eficaz foi o corte manual das canas seguido de duas aplicações foliares de herbicida (uma em maio e outra em outubro, ou seja, antes e depois do ciclo reprodutor do cagarro). O princípio activo do herbicida foi o glifosato. Um ano após o controlo houve uma redução de 92% da densidade de canas com um custo de 0,66 €/m². Este método foi aplicado a 1,35 ha do ilhéu de Vila Franca do Campo. Um ano após o controlo de cana foi estudada a colonização do coberto vegetal. A monitorização das plantas ocorreu em 19 parcelas de metro quadrado de outubro de 2010 a junho de 2011. Foram estudadas as áreas de cobertura e a altura máxima de cada espécie em 3 épocas distintas (outono, inverno e primavera). Durante esse período, a área foi colonizada por 27 espécies de plantas (6 endémicas/nativas, 4 invasoras e 17 introduzidas). As plantas introduzidas são o grupo de plantas com mais espécies e maior área de cobertura média (0,4094 m²). As plantas endémicas/nativas são o grupo de plantas menos representativas em área e em altura média. As plantas invasoras são segundo grupo com maior área de cobertura média (0,1498 m²) e com os maiores valores de altura máxima média (40,75cm). Das invasoras, a cana é a espécie com diferenças significativas de área de cobertura e altura máxima em relação às demais invasoras. Embora tenham sido detectadas tendências decrescente e crescente da área de cobertura ao longo das monitorizações, respectivamente das plantas invasoras e das plantas endémicas nativas, estas ainda não são estatisticamente significativas. Este dados permitem assim estabelecer um conjunto de propostas que orientem as futuras acções de restauro. A cana continua a ser a espécie alvo de controlo, no entanto, novos objectivos devem ser acautelados de forma a impedir a progressão de outras invasoras extremamente agressivas, como a lantana Lantana camara L. e a tintureira Phytolacca americana L.