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Authors
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Abstract(s)
Partindo da problematização das relações entre literatura e cinema, debruçamo-nos em particular sobre Manhã Submersa, romance e filme, respetivamente de Vergílio Ferreira e Lauro António.
Ações, personagens e espaços estruturam-se diferentemente no texto literário e no fílmico. Recorrendo a estratégias de redução, introdução e alteração, o realizador cria novas combinações que atenuam e quase elidem a problemática existencialista patente no romance e que acentuam a crítica sociopolítica que predomina na adaptação.
Também o processo narrativo é diferente nos dois textos. Oferecendo o romance uma narração em primeira pessoa, feita por um narrador autodiegético, instaura-se desde o início uma narrativa retrospetiva de acontecimentos passados, vistos pela ótica pessoal e subjetiva do narrador/personagem principal. Oferecendo o texto fílmico uma narração em terceira pessoa, cria-se um efeito de presentificação dos factos narrados, apagando a subjetividade do narrador e produzindo um efeito realista de apresentação dos acontecimentos de forma mimética. Trata--se, pois, de dois textos que, obviamente, mantendo relações de semelhança e de dependência (o segundo é uma adaptação do primeiro), são também bastante diferentes e autónomos.
Description
Dissertação de Mestrado em Literatura Comparada, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Keywords
Texto narrativo literário e fílmico Literatura comparada Narratologia Narração no texto fílmico