Browsing by Author "Martins, Daniel Isidoro"
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- Qualidade de vida e função respiratória na tetraplegiaPublication . Martins, Daniel IsidoroA lesão vertebro medular (LVM) é um acontecimento catastrófico que conduz o sujeito, afectado, a uma incapacidade física importante com repercussões sociais e psicológicas. A função respiratória do sujeito tetraplégico fica seriamente comprometida e a qualidade de vida (QV) poderá ser afectada consoante o tipo de lesão. Este estudo observacional, descritivo e transversal visa analisar a interacção destas variáveis em 40 sujeitos tetraplégicos (23 do género masculino) com lesões de nível neurológico ≥C6-C7, que cumprissem os critérios de inclusão definidos. A recolha de dados feita por entrevista directa utilizou um questionário de recolha de dados sócio-demográficos, o SCI-QL 23 para avaliar a qualidade de vida e as provas funcionais respiratórias para avaliar capacidades pulmonares (espirómetro digital portátil) e tosse (técnicas específicas). Os indivíduos com lesão completa (AIS A) apresentaram maior incapacidade funcional e uma maior predisposição para sintomas relacionados com a depressão do que os indivíduos com lesão incompleta (AIS B, C e D). Os valores observados para o domínio “QV global” foram de 59,63%± 28,17, nos indivíduos com secção medular incompleta enquanto que no grupo com secção medular completa foram de 59,48%± 30,88. Nas provas funcionais respiratórias os valores médios de VC, FVC encontrados eram mais baixos para as lesões completas (VC=2,27±0,57L; FVC=2,34±0,70) do que para as lesões incompletas (VC=2,51±1,02L; FVC=2,43±0,91L). Os valores de FEV1 obtidos, em média, eram maiores nas lesões completas (2,20±0,72L) do que nas lesões incompletas (2,10±0,77). O valor de “tosse voluntária” é menor nos níveis cervicais mais altos em relação ao mais baixos (≥C4-C5: 295,66±127,45 L/min e C6- C7: 349,86±133,71 L/min). Os valores encontrados para a “Tosse com Assistência Abdominal + CIM” (385,43 ±151,82 L/min) são sempre superiores aos valores encontrados para a “Tosse Voluntária” (295,66 ±127,45 L/min). Para os valores de “Tosse com assistência abdominal” ou “Tosse com assistência por CIM” esta tendência positiva nem sempre foi encontrada. Não foram encontradas relações entre a função respiratória e a qualidade de vida nos sujeitos com tetraplegia. Este estudo, apesar da reduzida amostra, mostrou que a qualidade de vida em sujeitos tetraplégicos pode ser correctamente avaliada necessitando apenas de métodos simples e fiáveis. A capacidade funcional respiratória destes sujeitos pode ser potenciada através de ajudas técnicas aos músculos respiratórios.