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- A implicação dos espaços públicos e do ambiente físico social no envelhecimento (gerontologia ambiental)Publication . Martins, Ernesto CandeiasAbordaremos epistemologicamente norteados pela gerontologia ambiental e espaços públicos urbanos para idosos, a implicação ambientes físico-sociais envolventes no processo de envelhecimento (ativo, saudável) e a conexão com a qualidade de vida dos coletivos de pessoas adultas maiores, sabendo do atual aumento demográfico urbano, que é um desafio para políticas públicas municipais. Tendo por base um leque de literatura relacionada com tríade ‘ambiente/espaços-idoso-envelhecimento’ consideramos que o espaço público (urbano/rural) e as práticas de atividades (físico-sociais, culturais para socialização, lúdicas, recreativo-desportivas, caminhar ao ar livre, promoção intergeracionalidade, etc.) geram benefícios potenciais à saúde, favorecem a integração/participação social e atrasa aparecimento da dependência nos idosos. Sabe-se que os espaços públicos são a expressão física, social e simbólica de um bairro ou povoação/cidade ao estar associada a lugares da quotidianidade (rua, praça, parque, mercado, igreja, etc.), pois dito ambiente físico-social apresenta diferenças objetivas/subjetivas, oriundas das caraterísticas do meio envolvente construído e da sua perceção, que no fundo são a expressão da ocupação desigual e de vinculação da comunidade às pessoas. Daí as diferenças de uso e da ocupação do espaço público entre os idosos e as outras idades. A adaptação aos espaços é um mecanismo relacionado com capacidades funcionais do idoso, com fatores físico-sociais do ambiente envolvente (atributos/funções) e com os respetivos meios para os enfrentar e, por isso a necessidade desde do município dum planeamento gerontológico na perspetiva holística dos espaços urbanos e da paisagem (natural). Ora a gerontologia ambiental (modelo ecológico da competência e relação ‘espaço geográfico-idoso’), apesar de algumas críticas e dependente do determinismo ambiental, apresenta reflexões úteis de análise às relações positivas e comportamentos proativos do ‘idoso-meio ambiente’ e dos processos da sua adaptação a várias escalas espácio-temporais: região/cidade/povoação (macro); do bairro/ rua/praça (meso); do lugar residencial (micro); e, ainda dos novos ambientes inteligentes e virtuais (internet) determinantes no envelhecimento.
- Contributos da assistente social Mª Leonor Sampaio C. Botelho (1915 1996) na expansão do serviço social no contexto Estado NovoPublication . Martins, Ernesto CandeiasAbordamos a assistente social Mª Leonor Sampaio Botelho (1915-1996), nascida no concelho de Castelo Branco e que foi uma das primeiras licenciadas do Instituto de Serviço Social (1939), tendo o seu percurso percorrido 3 momentos políticos distintos: período salazarista (atividade docente, deputada Assembleia Nacional de 1949-57, pertença organismos estatais); período marcelista trabalhando na área do serviço social; e no Pós 25 de Abril continuando o seu trabalho de assistente social em instituições e na educação e apoio às crianças com necessidades educativas especiais. O nosso propósito foi de trazer à luz, no âmbito da História da Assistência Social, esta figura beirã do ‘social’, analisando hermenêuticamente várias fontes documentais (escassas fontes primárias, mais secundárias), contextualizadas no tempo histórico. Todo o seu percurso de intervenção insere-se, numa época, em que o assistencialismo tinha uma vertente da doutrina do Estado e de índole católica e, simultaneamente, em que o acesso da mulher na sociedade era impedida pelas normas do regime e, por isso lutou pela dignificação profissional do ‘serviço social como ‘trabalho social’, pela proteção da mulher no trabalho e outras medidas assistenciais modernas e pelos apoios às famílias mais vulneráveis, pobres e em exclusão social. Tornou-se numa voz incómoda, no quadro do regime salazarista e por isso deixou de ser parlamentária, mas, naturalmente, nunca o pôs em causa, apesar de algumas desilusões em termos de política social no período salazarismo. Destacaremos, nesta análise historiográfica que, Leonor Botelho, tal como outras mulheres na época, pertenceu à elite feminina do Estado Novo (Obra das Mães pela Educação Nacional, à parte feminina do comissariado da Mocidade Portuguesa, União Noelista Portuguesa, etc.), sempre atenta aos problemas sociais, em especial das mulheres trabalhadoras, das famílias vulneráveis ou em exclusão social, tendo dado importância à profissão do serviço social, no sentido católico e à exigência de uma profissionalização adequada, que estava impregnada pelas ideias francófonas assistenciais. Contudo, as suas ideias sobre as ‘questões sociais’ do regime, quer como como parlamentária, quer como assistente social, contribuíram para a modernização do País na área serviço social, mas obviamente sempre no quadro do regime em vigor, que, naturalmente, nunca pôs em causa, apesar de algumas desilusões em termos de política social no período salazarismo.