ESACB - Dissertações de Mestrado
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- A influência da linguagem corporal na performance musicalPublication . Domingos, Cátia Margarida Gaspar; Castilho, Maria Luísa Faria de Sousa Cerqueira Correia; Gouveia, Vasco EspanhaO presente relatório de estágio incide sobre a unidade curricular de Prática de Ensino Supervisionada do Mestrado em Ensino de Música – Instrumento e Classe de Conjunto. Este projeto surge no âmbito do Estágio Profissional realizado na Academia Musical dos Amigos das Crianças (AMAC), durante o ano letivo 2023/2024, no grupo de recrutamento M09 – flauta transversal. A primeira parte deste relatório consiste na descrição da Prática de Ensino Supervisionada, onde se contextualiza o meio escolar, a classe de instrumento e a classe de conjunto; o desenvolvimento do estágio e por fim uma reflexão sobre o mesmo. Numa segunda parte é apresentada a investigação sobre a influência da linguagem corporal na performance musical, onde se procurou apurar como os movimentos e gestos podem influenciar e potenciar uma performance. O projeto de intervenção, aplicado aos alunos que frequentam as aulas de Performance da AMAC, teve como objetivo identificar como a linguagem corporal afeta não só a performance ao nível do músico - interpretação, qualidade técnica e comunicação emocional – mas também do ponto de vista do publico – perceção e apreciação. Através da revisão de literatura e de instrumentos de recolha de dados, como registo de observação de aulas de Performance e questionários, são explorados aspetos como a conexão entre movimento corporal e interpretação musical, o aumento da expressividade através da gestualidade e a influência da linguagem corporal na perceção do público sobre a qualidade da performance. Os resultados indicam que o domínio da linguagem corporal pode potencializar a expressividade artística, reforçar a conexão com a audiência e melhorar o desempenho técnico, evidenciando a sua importância como complemento à habilidade musical.
- Caracterização cultural e molecular de Staphylococcus coagulase-positiva de origem alimentar e humanaPublication . Martinho, Mara Isabel Branca; Pintado, Cristina Maria Baptista SantosStaphylococcus aureus é a principal espécie do grupo Staphylococcus coagulase positiva. É também a espécie mais frequentemente relacionada com casos e surtos de intoxicação alimentar, os quais têm origem na produção de enterotoxinas estafilocócicas (SE), principalmente em alimentos de origem animal. Atualmente, o recurso aos dados obtidos pela sequenciação completa do genoma (Whole Sequencing Genome, WSG) constitui uma ferramenta essencial para o estudo da epidemiologia das doenças provocadas por S. aureus, assim como das suas características de virulência e resistência aos antibióticos. Alternadamente, pode ser usado o PCR Multiplex tendo como alvo a deteção de genes de interesse em saúde pública. Tendo em conta o que foi referido anteriormente, o objetivo principal deste trabalho foi fazer a caracterização fenotípica e genotípica de um conjunto de 98 isolados de Staphylococcus coagulase-positiva de origem alimentar e humana. Foi usada a técnica de PCR Multiplex para avaliar a presença de fragmentos do gene femA e de genes que codificam para as enterotoxinas estafilococias SEA, SEB, SEC, SED E SEE, bem como para avaliar a presença de genes associados à toxina da síndrome do choque tóxico (tst), às toxinas exfoliativas A e B (etaA e etaB) e à resistência à meticilina (mecA). Verificou-se que todos os isolados caracterizados por PCR Multiplex tinham o gene femA, marcador de S. aureus. Cerca de 24% dos isolados apresentaram um dos 5 genes que codificam a produção de enterotoxinas, sendo o mais predominante o gene sec. Nenhum dos isolados apresentou o gene sed nem o gene eta e etb. Quatro dos isolados apresentaram o gene tsst-1 que codifica para a síndrome do choque tóxico. Do ponto de vista de saúde pública, destaca-se ainda a presença do gene mecA em três isolados, resultado este concordante com o comportamento característico das culturas meticilino-resistentes no meio de cultura MRSA Agar.
- Avaliação agronómica de fertilizantes azotados de base biológicaPublication . Primo, Ângelo Soares; Monteiro, Maria do Carmo Simões Mendonça Horta; Macedo, Abel da Costa Oliveira VelosoOs adubos minerais azotados são os fertilizantes mais consumidos na fertilização das culturas agrícolas na União Europeia. No entanto, os efluentes da produção pecuária contêm azoto, tanto orgânico como inorgânico, constituindo uma fonte deste nutriente para as culturas. Atualmente, têm-se desenvolvido tecnologias para remoção e captura de azoto destes efluentes, obtendo-se fertilizantes azotados minerais que permitem realizar adubações mais racionais e minimizam perdas para cursos de água ou para a atmosfera, comparativamente à aplicação direta dos efluentes pecuários. A recuperação de nutrientes destes efluentes enquadra-se no princípio da economia circular e na utilização sustentável dos recursos. A tecnologia de membranas permeáveis aos gases é um dos processos mais eficientes nessa recuperação de azoto, obtendo-se um fertilizante líquido com uma concentração conhecida de azoto na forma de sulfato de amónio. O objetivo deste trabalho foi avaliar o valor agronómico de duas soluções azotadas obtidas por recuperação de azoto de dois efluentes distintos através do processo de membranas permeáveis aos gases, comparando-as com a adubação azotada tradicional. Os efluentes utilizados foram: digestato obtido após digestão anaeróbia de efluente pecuário (S-DS) e digestato obtido após codigestão anaeróbia de efluente de indústria agroalimentar e de matadouro (S-DAM). O valor agronómico das soluções obtidas foi avaliado numa cultura de outono-inverno, o triticale (×Triticosecale Wittm., var. Misionero), e numa cultura hortícola, a alface (Lactuca sativa L., var. Grand Rapids), realizada na primavera-verão. Para atender ao objetivo proposto, realizaram-se dois ensaios em vaso. O primeiro decorreu no Centro de Ensaios da Escola Superior Agrária de Castelo Branco utilizando o triticale, e o segundo no Centro de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior com a alface, ambos cultivados num solo de textura ligeira, um Regossolo (IUSS Working Group WRB, 2015). O delineamento experimental adotado foi completamente casualizado, com cinco modalidades e três repetições por modalidade em cada ensaio. No ensaio da alface, cada repetição incluiu dois vasos. Além das modalidades S-DS e S-DAM, testaram-se a testemunha (T, sem adubação) e duas modalidades com fertilização azotada tradicional, uma com adubo mineral comercial (F-N) e outra com adubação mineral azotada em solução (S-N). O quantitativo de azoto aplicado por vaso foi igual em todas as modalidades, exceto na testemunha, correspondendo a 170 kg N/ha no triticale e 65 kg N/ha na alface. Os resultados evidenciaram diferenças no comportamento agronómico entre as soluções de azoto recuperado. A solução S-DAM apresentou desempenho agronómico, produção de biomassa e eficiência na utilização do azoto semelhantes aos da fertilização tradicional no triticale, e significativamente superiores na alface. A solução S-DS originou um comportamento agronómico similar à fertilização tradicional em ambas as culturas. Uma vez que a composição físico-química das duas soluções era similar, os resultados sugerem a presença de compostos orgânicos distintos, com potencial bioestimulante na solução S-DAM e, eventualmente, inibidor na S-DS. Embora as soluções com azoto recuperado tenham demonstrado potencial como fertilizantes, recomenda-se a sua caracterização em termos de compostos orgânicos, de forma a otimizar a sua utilização agronómica.
- Avaliação da cobertura da cultura da cerejeiraPublication . Veiga, Joel Fernando dos Reis da; Simões, Maria Paula Albuquerque FigueiredoA cerejeira (Prunus avium L.) é uma planta da família das Rosáceas. Em Portugal a produção de cereja apresenta elevada rentabilidade económica devido a suas características físicas e organoléticas que são muito apreciadas pelos consumidores refletindo-se no preço por quilograma. O cultivo de cereja está essencialmente restrigindo ao norte e centro do país, destacando-se duas regiões territoriais, nomeadamente, a região Beira interior e Trás-os-Montes. Sendo a cultura da cerejeira muito importante na região da Beira interior e sendo também uma cultura muito vulnerável ao rachamento dos frutos sempre que ocorre chuva durante a maturação, este trabalho, inserido no projeto P2-Resilis, visa contribuir para avaliar o efeito da cobertura da cultura da cerejeira na produção e qualidade dos frutos. O trabalho decorreu numa exploração frutícola, localizada na Beira Interior, em Catrão, concelho de Fundão. Como objetivos concretos pretendeu-se determinar o efeito da cobertura da cultura da cerejeira, em túnel alto, na produção obtida e qualidade dos frutos, tendo por base 3 cultivares distintas – Nimba, Red Pacific, Sabrina. A produção comercial da cultivar Sabrina, na forma de condução UFO foi de 5,9 t/ha na modalidade sem cobertura e de 13,6 t/ha na modalidade com cobertura da cultura. A cobertura induziu a produção de frutos de maior tamanho (10,2 g/fruto), mas com menor dureza (58,2, Durofel), comparativamente à modalidade sem cobertura, em que os frutos foram mais pequenos (8,4 g/fruto) mas com uma dureza mais elevada (70,2, Durofel).
- Avaliação de contaminantes de amêndoa em modo de produção biológicoPublication . Lopes, Daniel Sousa; Luz, João Pedro Martins da; Teixeira, Maria Cristina CanavarroA amendoeira (Prunus dulcis (Mill.) D.A. Webb), uma espécie da família Rosaceae, é uma cultura mediterrânea conhecida pela sua adaptabilidade a condições climáticas adversas, como altas temperaturas no verão, frio extremo no inverno e períodos prolongados de seca. A produção de amêndoas, fruto altamente nutritivo, tem aumentado globalmente, acompanhando a crescente procura por alimentos biológicos (Arquero et al., 2013; Rodrigues et al., 2017; Jin et al., 2020). A presença de resíduos de ácido fosfónico em produtos biológicos pode indicar o incumprimento das regras da agricultura biológica. Esta situação tem levado a queixas por parte de produtores biológicos que afirmam a não utilização destes produtos nos tratamentos do amendoal. Este estudo teve como objetivo identificar fontes de contaminação por fosfonatos, com ênfase no fosetil, em amêndoas produzidas em Modo de Produção Biológico (MPB) em Portugal. Foram analisados dados fornecidos por seis Organismos de Controlo (OC), através do preenchimento de um inquérito, abrangendo 247 produtores distribuídos em seis distritos, nos anos de 2020 e 2021. Os dados incluem registos de produção, lotes submetidos a controlo analítico e resultados laboratoriais. Os resultados revelaram que, em 2020, 18 dos 19 lotes analisados apresentaram contaminação positiva para ácido fosfónico, enquanto em 2021, dos 15 lotes analisados, 10 foram positivos. Bragança foi o distrito com maior incidência de contaminação nos dois anos. A contaminação foi associada a possíveis fontes externas, como resíduos no solo ou práticas agrícolas em áreas vizinhas. Este trabalho permitiu concluir que, embora a produção de amêndoa biológica em Portugal tenha registado um aumento, a gestão de contaminações continua a ser um desafio. Reforça-se a necessidade de estratégias regionais que promovam a coexistência sustentável entre culturas biológicas e convencionais, bem como o fortalecimento de práticas preventivas para reduzir o risco de contaminação cruzada. Além disso, os resultados apontam para a relevância de uma monitorização contínua e uma maior capacitação dos produtores em práticas de MPB.
- Desenvolvimento de pasta miso com base em feijão fradePublication . Fazenda, Paula Sofia Lourenço; Andrade, Luís Pedro Mota Pinto de; Cristóvão, Mário André MonteiroAtendendo à crescente tendência em privilegiar uma dieta alimentar composta por produtos alimentares de qualidade diferenciada, que tenham repercussões diretas positivas no bem estar e saúde do consumidor e que em simultâneo possam contribuir para a sustentabilidade dos sistemas alimentares, este trabalho procurou desenvolver um novo produto, pasta miso com base em feijão-frade, selecionando para a base, duas variedades de feijão-frade endógenas do concelho de Castelo Branco, o feijão-frade cara verde e feijão-frade arroz. Para as ambas as variedades de feijão-frade foram seguidas duas metodologias para obtenção de miso. A metodologia 1(M1) na qual se utilizou um preparado de Koji de arroz e a metodologia 2(M2) que envolveu a produção de Koji de arroz inoculado com Aspergillus oryzae. O miso foi sujeito a fermentação anaeróbia em estufa a 25ºC por um período de 28 dias. O miso obtido foi submetido a avaliação microbiológica, nutricional e sensorial. Para os critérios microbiológicos, o miso apresentou valores abaixo dos limites de referência, comprovando-se assim a sua estabilidade e segurança. Nutricionalmente os valores obtidos mostraram que estamos perante um produto com um baixo valor energético, baixo teor de lípidos em ambas as metodologias e variedades de feijão-frade. Sensorialmente é possível verificar que o M2 obteve uma maior aceitação da comparativamente com as M1.
- Avaliação da capacidade produtiva da pereira ‘Rocha’ no sistema de condução em “duplo-eixo”Publication . Félix, Daniel Ferreira; Ramos, António Maria dos Santos; Abreu, João Paulo RodriguesCom o objetivo de estudar e avaliar a capacidade produtiva da pereira ‘Rocha’ no sistema de condução em duplo-eixo, foram acompanhados quatro pomares já instalados, um na região da Cova da Beira e os restantes três localizados na região Oeste, com diferentes idades e densidades de plantação. Para tal, foram marcadas 15 árvores por pomar e, em cada uma delas foram marcados 2 frutos, um por cada eixo, cujo diâmetro foi medido periodicamente. À colheita, os frutos foram contados e pesados por árvore por cada árvore individual. Após a colheita as árvores foram medidas em altura e largura máximas, também individualmente. A avaliação dos pomares foi efetuada através da obtenção das curvas e das taxas de crescimento do fruto (ao longo do período de desenvolvimento do fruto) e pela relação entre o peso médio do fruto e o número de frutos à colheita (expresso em relação à unidade de volume do espaço ocupado pela árvore; densidade de frutos, frutos/m3). A eficiência produtiva dos pomares foi expressa de duas formas: em relação à unidade de volume (kg/m3) e em relação à área (t/ha). A capacidade produtiva foi avaliada por comparação com os resultados estimados por ferramentas desenvolvidas em pomares de pera ‘Rocha’ conduzidos em eixo vertical. As diferenças no crescimento do fruto e nos ganhos de peso diário entre os Pomares 2 e 4 (região do Oeste, Alcobaça) e os Pomares 1 (região da Cova da Beira, Covilhã) e 3 (região do Oeste, Cadaval) foram consistentes com os resultados do desempenho da árvore (relação entre o peso médio do fruto e a densidade de frutos) e da eficiência produtiva. Essa diferença terá sido devida a condições externas desfavoráveis, nomeadamente, temperaturas excessivas nas 2ª e 3ª semanas de julho e/ou tecnologias de rega inadequadas. A utilização de uma ferramenta de “monitorização do crescimento do fruto” teria permitido detetar com antecedência o mau desempenho dos Pomares 1 e 3. Comparando os resultados médios observados com os resultados estimados com a ferramenta “diagnóstico do desempenho do pomar” verificou-se que a capacidade produtiva dos pomares conduzidos em duplo-eixo, em igualdade de outros fatores, é similar à dos pomares conduzidos em eixo vertical com o mesmo volume. No entanto, a sebe dos pomares em duplo-eixo mostrou-se mais eficiente, mas apenas em condições externas não limitantes. Nestas condições, as árvores conduzidas em duplo-eixo produziram frutos maiores com maior número de frutos por unidade de volume, ou seja, frutos com calibres mais homogéneos, provavelmente por darem origem a sebes mais homogéneas e com melhor distribuição dos frutos.
- Estudo comparativo das características fisico-químicas, bioativas e funcionais das farinhas de legumisosasPublication . Moreira, Maria do Carmo Robalo; Peres, Maria de Fátima Pratas; Gonçalves, Elsa MargaridaEstudo comparativo das características fisico-químicas, bioativas e funcionais das farinhas de legumisosas.
- Inovação tecnológica na produção de aguardente de mel envelhecida com madeira de acáciaPublication . Antunes, Carlos Alberto Lopes; Anjos, Ofélia Maria Serralha dos; Caldeira, Ilda Maria Justino; Pedro, Soraia InêsO envelhecimento de aguardentes com madeira é um processo tecnológico valorizador da qualidade final de bebidas. Nesta fase a aguardente adquire novos aromas, melhora as suas características sensoriais e adquire cor característica, que é valorizada pelo consumidor. A aguardente de mel é um produto resultante da atividade apícola obtido pela fermentação e destilação do mel e com características aromáticas diferenciadoras. Este trabalho teve como objetivo avaliar a potencialidade de um novo destilado à base de aguardente de mel envelhecida com madeira de Acácia. O ensaio teve uma duração de três meses e foi realizado à escala laboratorial usando, no envelhecimento, madeiras, com queima média, de cinco espécies diferentes de Acácia. Para caracterizar este produto foi determinada a massa volúmica, título alcoométrico volúmico, extrato seco, acidez total, volátil e fixa, pH, características cromáticas, análise de voláteis por GC-FID e GC-MS, espetroscopia vibracional (NIR e FT-RAMAN) e análise sensorial com painel treinado. Os resultados das análises físico-químicas mostraram que o teor alcoólico se manteve constante durante o envelhecimento, a heterogeneidade das madeiras refletiu-se nas diferenças significativas encontradas no teor de extrato seco e nas características cromáticas. O envelhecimento proporcionou para todas as modalidades um aumento da acidez total e consequente aumento de pH. Verificou-se a presença de compostos voláteis minoritários (furfural, ácido decanoico, 2-feniletanol e vanilina) assim como um teor nulo de metanol nas aguardentes. Na análise sensorial, os resultados sugerem a possibilidade de diferenciação organolética das aguardentes, em função da espécie de madeira usada no envelhecimento sendo a amostra de aguardente de mel envelhecida com madeira de carvalho-francês e a amostra de aguardente de mel envelhecida com madeira de Acacia melanoxylon as mais apreciadas.
- Fertilização de alface (Lactuca sativa L.) em fase de viveiro com biofertilizantes: avaliação da inoculação de fungos micorrízicos arbusculares e bactérias fixadoras de azoto nos parâmetros produtivosPublication . Justino, Carlos Manuel Valente; Monteiro, Maria do Carmo Simões Mendonça Horta Monteiro; Macedo, Abel da Costa Oliveira VelosoAtualmente, a utilização de produtos à base de microrganismos benéficos (biofertilizantes) na fertilização de culturas hortícolas, em especial das cultivadas em modo de produção biológico, tem apresentado um interesse crescente. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da inoculação com fungos micorrízicos arbusculares e bactérias fixadoras de azoto na produção de alface em viveiro em modo de produção biológico. Avaliou-se o efeito destes biofertilizantes no desenvolvimento da alface, na sua composição química e colonização por micorrizas das raízes. Avaliou-se também o efeito dos biofertilizantes na composição química do substrato. O delineamento experimental foi completamente casualizado com 8 modalidades: Testemunha sem inoculação (T e E); com inoculação de bactérias fixadoras de azoto (B e EB); com inoculação de fungos micorrízicos arbusculares (M e EM) e com inoculação de ambos os grupos de microrganismos (BM e EBM). Estas 4 modalidades foram efetuadas em substrato não esterilizado e esterilizado (com indicação da letra E na modalidade) de forma a avaliar unicamente o efeito dos biofertilizantes no desenvolvimento da alface eliminando o possível efeito do microbioma nativo. A inoculação isolada de fungos micorrízicos arbusculares ou bactérias fixadoras de azoto melhorou a precocidade e produção de biomassa alface na fase de viveiro. Este efeito foi mais evidente nas modalidades realizadas em substrato não esterilizado. Na absorção de nutrientes, a inoculação isolada de fungos micorrízicos arbusculares aumentou significativamente a absorção de N, P, K, Ca e Mg em substrato não esterilizado. Este estudo foi prolongado num ensaio em vasos, que decorreu durante 1 mês com as mesmas modalidades. Neste ensaio, no geral, observou-se que a inoculação com micorrizas esteve associada a uma maior absorção de Ca, enquanto que a inoculação com bactérias originou uma maior produção de biomassa. Concluiu-se que os biofertilizantes em estudo podem contribuir para sistemas de produção de alface mais sustentáveis e que o microbioma nativo do solo desempenha um papel essencial e insubstituível potenciando os efeitos benéficos dos biofertilizantes.